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26/11/2017 - Sérgio Sarmento (64 anos)
26/11/2017
Sérgio Sarmento (64 anos)
Assisti nesta manhã de sábado 25.11 no programa Clube do Professor do complexo Espaço Itaú de Cinemas. Olha! O Fernando Gabeira fez parte de minha adolescência. O conheci quando de uma maneira arrojada, juntamente com outros jovens, participou (pelo menos na preparação) do sequestrou do embaixador norte americano Charles Elbrick, em 1969. Foi preso, torturado no "pau-de-arara", levou choques elétricos. Portanto passou "o diabo" na prisão. Foi um dos inúmeros terroristas (como se dizia naquela época) soltos pela vida do embaixador. Andou exilado em Cuba, Alemanha, entre outros países, para finalmente se fixar na Suécia onde foi condutor (dirigia) de metro. O documentário não deixou muito certo. Mas penso que foi na Suécia onde Gabeira esteve por cinco anos que ele aprendeu a estar a frente de seu tempo. O Gabeira, para mim, sempre foi um cara muito "careta" em certas atitudes (antes de sair do Brasil). Mas foi neste pais frio. Muito frio, na temperatura. Mas uma nação muito a frente dos demais. Em tudo! Social, política, econômica. Mas principalmente em liberdade sexuais. Na abertura política no Brasil em 1979 ele e um séquito de pessoas exiladas chegaram ao pais. E entre eles chegou Fernando Gabeira. Com idéias totalmente diferentes em matéria de sexo. Coisa que antes do exilo a gente não conhecia. Tipo: Gostava de se mostrar na praia com uma minúscula "sunga de croche" uma coisa estranha para os padrões nacionais. Por isso não sabíamos se o cara era homossexual ou um vanguardista. Mas jamais dizia coisa ao contrario. Pois falava que o seu corpo era de sua liberdade. Isto de não fala em sua sexualidade. Foi pontos para ele. Pois de um cara absolutamente não conhecido (falo em termos de grande massa) se tornou uma celebridade nacional. E com isso foi um passo para se tornar político nacional. Foi deputado quatro vezes. Ministro de Estado. Foi candidato a presidência do Brasil. Neste meio tempo aprontou "um monte" do caráter das pessoas (políticas) que se diziam honestas. Apesar da "briga" que teve com o ministro (e futuro presidente do pais, só não o foi porque o mensalão o derrubou) "Zé" (como dizia o deputado cassado Roberto Jefferson) Dirceu e o metalúrgico presidente Lula sempre se diz "um homem de esquerda". O documentário é muito feliz, pois esclarece de uma forma definitiva o que Fernando Gabeira foi e é ao longo de sua vida de militância contra a ditadura civil/militar que se estalou no pais em 1964/1985 até os dias de hoje. Um documentário, portanto, excepcional e que mostra ao longo de seus 92 (cronometrados por mim) minutos, um "bom pedaço" da história deste notável (ao longo de minha vida sempre admirei sua conduta pessoal, mas principalmente COMO HOMEM) que é Fernando Gabeira (n.1941). Enfim, é um documentário que todos que se interessam por política ou por um pais melhor (é filme esclarecedor) deveria assistir. Além de um painel histórico que "carrega" do Brasil. Procura esmiuçar a vida de um grande brasileiro e que ainda fala de suas idéias. Mas o principal é que com isso poderemos elogiar (como sempre fiz) ou fazer uma crítica (para a posição dele) com autoridade de uma pessoa que por ventura não gostamos. Mas uma coisa posso afirmar sem medo de errar. O cara Fernando Gabeira é bem polêmico. E aqui o meu axioma de referência pede passagem: E TENHO DITO!