Assisti NO CINEMA nesta terceira semana de sua estreia no Brasil. Olha! É o quarto filme deste diretor gaúcho chamado Tabajara Ruas. E retrata a Guerra Federalista de 1893/1895 ocorrida no RS. Onde o líder rebelde (maragatos) Gumercindo Saraiva foi assassinato pelos soldados governistas (chimangos). O filme praticamente mostra a odisseia de um major chamado Ramiro de Oliveira (Murilo Rosa) e sua tentativa de levar a cabeça do caudilho Saraiva para o governador gaúcho e na capital Porto Alegre. Não restam duvidas que o senhor diretor Ruas procura modernizar um episódio tão famoso como foi A Revolução Federalista e procura levar as pessoas mais jovens a saber coisas tão sangrenta como foi essa guerra. Filmado no pampa gaúcho, na serra gaúcha formatando, com isso, uma belíssima fotografia com tomadas muitas aéreas. Mas nos apresenta uma excelente reconstituição de época. Conta com atores de boa interpretação. Para tanto conta em primeiro plano com Murilo Rosa em uma de suas melhores atuações no cinema. E de um Leonardo Machado com uma linda atuação e com ela se torna seu filme póstumo. Pois veio a falecer em 28 de setembro passado. Só lamento que o diretor Tabajara Ruas NÃO preste homenagem alguma no final. Quero dizer, nos créditos finais, para um grande ator como foi Leonardo Machado. Enfim, é filme bem especifico, pois é um faroeste gaudério do sul brasileiro, e que com certeza vai alegrar o povo gaúcho pela didática (mesmo sendo discutida por mim, pela liberdade com que o diretor faz seu filme na parte da história) mas principalmente por mais uma discussão histórica de tudo aquilo.

Achei um filme de nicho, fora os gaúchos, acho difícil pegar em outros veículos, uma trama um pouco confusa, não sabemos muito as relações dos personagens e faltou um desenvolvimento maior por parte da retratação histórica do acontecido, no mais achei uma boa direção, cheia de cenas aéreas de locações incríveis do Sul, além de um time excelente de atores renomadas na linha de frente.

Se pelo menos 10% dos filmes produzidos no Brasil fossem metade do que é esse A CABEÇA DE GUMERCINDO SARAIVA, não haveria um apóstrofo sequer a se falar de mal do XINEMINHA NAXIONAL. Infelizmente este é uma triste exceção. Há problemas? Há. Tem uns caras ali que pareciam estar atuando em teatro infantil. Passagens que acontecem rápido demais, evidenciando o baixíssimo orçamento. Outras que duram além da conta, por serem mal planejadas. Mas fazia tempo que não assistia a um filme nacional que me fazia questionar: Isso é mesmo filme nacional? Eu poderia assistir ao caminho de volta da cabeça do Gumercindo. Nota 6 de 10.